Por Raimundo Sousa, em 09 de abril de 2022
Já é abril. O tempo anda de maneira implacável e tudo muito rápido. Superamos o primeiro trimestre de um ano diferenciado e carregado de grandes celebrações. As comemorações dos 200 anos da independência em setembro e as eleições majoritárias em outubro/novembro, são apenas dois dos momentos especiais que este ano vai nos oferecer.
Para este signatário, o mês presente também tem um significado especial, por marcar o momento de decisão (day one) para a carreira de consultor de negócios. Já se passaram mais de 20 anos (para ser, preciso 24), de um modelo sustentado numa escola reconhecidamente vencedora, simples e transformadora de vidas. Temos vivenciado ao longo deste tempo, momentos incríveis de transformações e produção de resultados aparentemente inimagináveis, mas também, embora com incidência altamente minoritária, de decepções e frustações.
Uma prática usual entre nós consultores é avaliar sistematicamente ao final de cada projeto, os pontos fortes e pontos fracos do trabalho e notadamente nas decepções e frustrações identificar as causas fundamentais, para que sejam corrigidas doravante. Dentre aquelas de maior destaque, particularmente na perspectiva da relação com os contratantes, estão concentradas majoritariamente nas resistências ao novo e moderno adotadas por uma parcela ainda considerável de empresários e executivos de organizações. Essa constatação extrapola o mundo e as relações entre consultores e clientes. Basta olhar os resultados de empresas e demais organizações divulgadas na imprensa especializada e em livros e estudos acadêmicos. Vejam o caso mais recente no varejo de móveis e decoração. Por que alguém fecha e outros saltam em resultados? E na saúde suplementar. Porque alguém vai definhando, perdendo e entregando clientes e outros constroem alianças, compram e crescem sustentavelmente produzindo riquezas?
Mesmo reconhecendo valor em uma das celebres frases de Albert Einstein, no sentido de que “é insanidade fazer a mesma coisa várias vezes e esperar resultados diferentes”, ainda encontramos muita gente com práticas semelhantes a essa, resistindo às mudanças, a práticas inovadoras e permanecendo com resultados medíocres. E as razões apresentadas ou “justificativas” são tão antigas quanto “andar para frente”.
Há mais de 2.000 anos o filósofo estoico Seneca já afirmava que o nosso sentimento de que a vida é curta decorre do fato de que não empregamos de maneira adequada o nosso tempo. Em outras palavras e trazendo para os dias atuais, gastamos o nosso tempo com coisas que não agregam valor. Fazemos o mesmo e esperamos resultados diferentes.
Por que as pessoas resistem ao novo e moderno?
Uma pesquisa com mais de 400 profissionais em 59 países, divulgada pela consultoria PROSCI antes do início da pandemia, indicava os cinco principais motivos pelos quais os líderes resistem à mudança:
1. Medo de perder o controle e autoridade;
2. Falta de tempo;
3. Conforto com o status quo;
4. Desconhecimento do que fazer;
5. Baixo compromisso no design da solução.
O desafio aqui, para mim e para você, é parar e refletir qual tem sido a nossa atitude diante de cada um destes pontos? Em nosso dia a dia, estamos mais próximos ou mais distantes destes comportamentos?
De outra parte, que características tem as pessoas que não resistem ao novo e moderno e estão sempre abertos a mudança em sua rotina diária?
Em nossa experiencia ao longo destes anos enxergamos três características predominantes como resposta a esta indagação. Chamamos isso de Triângulo C (Conhecimento, Compromisso e Coragem).
Conhecimento, entendido como o fato ou a condição de saber obtida através de uma experiência, vivência, ou de uma associação. Pode ser científico, empírico, religioso, filosófico e tácito. Seja qual for, deve ser buscado e aperfeiçoada a cada dia.
Compromisso, entendido como um acordo entre duas partes de que algo será realizado. Deve ser objeto de pactuação dinâmica, na busca de produção de valor em nossas relações.
Coragem, entendido como como firmeza diante das dificuldades, envolvendo capacidade para ultrapassar as situações de perigo e enfrentar o medo. Recomendo assistirem ao filme ganhador do Oscar de melhor filme deste ano “No ritmo do coração”. É perceptível o impacto da coragem para a mudança na vida da família.
Renato Grinberg, em seu último livro “Atitudes Extraordinárias” afirma que na experiência dele, aqueles que não seguem os padrões e paradigmas do passado, desafiam continuamente estes padrões e prosperam na contramão do que a maioria pensa, são chamados de “pessoas extraordinárias”. Portanto, para construir um novo tempo, na vida, na sociedade e nos negócios, precisamos de pessoas extraordinárias que carregam consigo conhecimento, compromisso e coragem. Recomendo fortemente a leitura do livro indicado acima.
Diferentemente da estagnação social resultante do não questionamento dos valores mostrado no filme “Abril despedaçado”, que tenhamos um abril integrado e competitivo resultante do nosso compromisso com o presente e o futuro e a nossa coragem em desafiar o status quo da vida e das organizações sustentados em nosso conhecimento revitalizado diariamente.
Boa leitura. Forte abraço!
Raimundo Sousa
Mentor, Viabilizador e Condutor de Negócios Vencedores.
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